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quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Ernesto, o ceticismo é uma parte da Filosofia ou é a sua negação?
Nem uma coisa nem a outra. O ceticismo é um método e não uma concepção, em termos de conteúdo. Ele não acaba com a Filosofia. Ele apenas considera que o conhecimento não é garantido e que sempre se precisa duvidar para envidar o máximo de esforço no sentido de comprovar o que se está dizendo. Ele repudia qualquer argumento de veritação de assertivas com base na autoridade de quem o profira, não interessa o quanto essa pessoa já tenha apresentado argumentos verificados como perfeitamente válidos. Ou seja, não é porque Einstein, Buda, Kant ou Jesus tenha dito algo que aquilo seja correto, mesmo que tenha mais probabilidade de ser, em função do peso do nome de quem o diga. E nem admite que existam "Livros Sagrados", detentores de verdades incontestes. Tudo é passível de críica, de exame, de refutação, de contestação. Em verdade, essa é a única genuína forma de conduzir a filosofia e a ciência. Não garantir coisa alguma. Mas aceitar a validade, sempre provisória, das assertivas bem alicerçadas, enquanto não derrubadas. Senão fica tudo estagnado. Além do mais, o ceticismo tem que ser cético, inclusive em relação a si mesmo. Por exemplo, não se pode dizer palavras como "tudo", "nada", "sempre", "nunca", sem colocar "quase" ao lado.
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