segunda-feira, 23 de maio de 2016

Muitos eruditos acreditam que ateísmo implica em niilismo. O niilismo pode ser definido como uma doutrina pessimista, cujos defensores (de Sin City) não acreditam em nada e atacam qualquer crença em valor positivo no mundo, principalmente, valores éticos salutares. O que tem a dizer-nos sobre isso? 29/09/2015

Ateísmo, absolutamente, não implica em niilismo. Ateísmo é a consideração de que não existam deuses de espécie alguma. Por extensão, costuma também abranger a inexistência de toda e qualquer realidade sobrenatural, como espíritos, alma, anjos, demônios e similares. Não faz nenhuma consideração a respeito de valores de outra ordem, como éticos, estéticos, econômicos, sociais, interpessoais, afetivos ou sejam quais forem. A inexistência de qualquer deus, de forma nenhuma, acarreta na inexistência de valores éticos, os quais fundamentam a moral a prescrever, permitir ou proibir as ações que ela o faz. Os valores éticos são puramente humanos, baseados no propósito de se alcançar uma convivência social aprazível, pacífica, fraterna, livre, segura, justa e assim por diante. Não tem nada a ver com prêmios ou castigos em alguma pretensa vida extra-corpórea de alguma entidade espiritual como uma alma, após a morte. Tais valores são plenamente admissíveis, válidos e desejáveis para a sociedade e para as pessoas, quer se considere ou não que existam deuses e realidades sobrenaturais. Portanto o niilismo é uma concepção totalmente equivocada e sem fundamento que não deve ser assumida não só para o bem da sociedade, como para o bem da própria pessoa. É preciso que fique muito bem esclarecida essa distinção para que muitos não pechem o ateísmo de características negativas que ele não possui. O ateísmo, pelo contrário, é positivo e benfazejo. Trata-se de uma concepção otimista e salutar, condizente com uma visão eudemonista da vida.

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