Por que o comunismo é tão mal visto por muitas pessoas? 29/09/2015

Porque elas o confundem com o socialismo de estado ditatorial e policialesco que vigorou na União Soviética, em seus satélites, em Cuba, na China, e outros lugares. Onde as pessoas eram privadas de liberdade para tudo, onde a máquina burocrática estatal decidia tudo e se locupletava sobre o trabalho dos proletários, pior do que a antiga aristocracia russa sobre os camponeses. Para muita gente, comunismo é isso. É perseguição religiosa, é confisco de bens, é separação de famílias, são campos de concentração com trabalhos forçados. Isso é algo, de fato, odioso e repugnante. Algo de meter muito medo. Algo a ser execrado e combatido com todas as forças. Mas comunismo não é nada disso. Comunismo é uma sociedade economicamente organizada de forma que os bens de produção e a produção não sejam de propriedade de poucos detentores do capital, enquanto o trabalho para produzir a riqueza é feito pelos trabalhadores assalariados. No comunismo os bens de produção, a produção, os bens de serviço e os serviços são de todos. Daí o nome. Pode haver estado e governo mas, havendo, eles são apenas coordenadores dos esforços e não patrões onipotentes de todos. No comunismo ninguém é empregado de ninguém. Todos são sócios. Não há salários. O bom é que nem haja dinheiro. Não há propriedade privada de tudo que puder ser compartilhado, como habitações, veículos de transporte, terras agricultáveis, indústrias, estabelecimentos comerciais e tudo que for de valor. Pode haver bens pessoais particulares, como roupas. Mas quase tudo é coletivo, como habitações, refeitórios, lavanderias, creches, escolas. O ideal é que o comunismo, que é um sistema econômico, seja conjugado com a anarquia , que é um sistema político em que não há governo. Uma beleza! Uma ordem perfeita e exemplar emanada do desejo coletivo e não imposta por ninguém. Sem crimes, sem guerras, sem fronteiras. Mas isso não pode ser implantado por revolução nenhuma. Tem que ser atingido espontaneamente por evolução. Tem que vir de dentro de cada um, com a modificação de sua cosmovisão para atitudes de colaboração em vez de competição. De solidariedade. Com a abolição da preguiça e da cobiça. Todos trabalhando de graça uns para os outros com todo o empenho para que o bem comum seja o maior possível. Não sei como uma pessoa poderia mal ver tal estado de coisas a não ser que seja uma pessoa mesquinha, egoísta, sovina, avarenta, gananciosa, imprestável, soberba, convencida e tudo de ruim.