quarta-feira, 3 de agosto de 2016

A matemática e a física que o ITA exige pode ser difícil, mas a matemática e a física que um físico teórico precisa saber é muito mais difícil, certo? 23/11/2015

São diferentes, mas a matemática de um engenheiro aeroespacial é tão difícil quanto a matemática de um físico teórico. Ou de um engenheiro de motores de foguetes, de projetos de aeronaves (como de navios). Um colega meu do departamento de física da UFV fez doutorado no ITA em projetos de bocais de motores de foguetes. Não só é uma questão de geometria, mas de resistência de materiais, de termodinâmica, de química. É muito assunto junto. Só o projeto das bombas de injeção do combustível, que tem que ser feito em fluxos de altíssima velocidade e pressão é um grande desafio. Projetar a forma das pequenas hélices das turbinas das bombas, de seus rolamentos, do material de que sejam feitos, já que o combustível entra congelado (oxigênio e hidrogênio líquidos) a alta pressão e, mal se faz a ignição, a temperatura passa a milhares de graus. Projetar o material que suporta essa variação de temperatura permanecendo sólido e sem rachar não é fácil. Engenharia não é nada trivial. Levar uma nave a pousar em um lugar especificado de uma lua de Saturno é uma proeza extremamente complicada. Além de fazer ela pousar suavemente, sem se espatifar no chão. E fazer todos os seus instrumentos funcionarem quase no zero absoluto. Isso é tão difícil quanto por a funcionar o acelerador do LHC, que, aliás, requer muitos engenheiros ao lado dos físicos.

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