quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Você defende o subjetivismo moral dos céticos radicais? Os valores morais são objetivos ou subjetivos? 25/11/2015

A moral não é subjetiva e nem absoluta. Ela é relativa. Isto é, ela é um conjunto de prescrições, permissões e proibições que um grupo social, em dada época, lugar e estrato social, estabelece para que seus componentes sigam para que tenham um comportamento aceito pela coletividade. Não existe um código moral subjetivo, ou seja, pessoal. Ele é coletivo. Mas não é absoluto. Varia de lugar para lugar, de época para época, de estrato social para estrato social. Muitas vezes, contudo, a moral não é estabelecida por um consenso do grupo a que seja aplicada e sim por uma imposição de algum grupo que tenha domínio sobre esse grupo, para atendimento dos interesses dos dominadores em relação ao comportamento dos dominados. A ética, contudo, é filosófica. O que ela pretende é estabelecer critérios a nortear a moral em suas prescrições, permissões e proibições. Não de um modo relativo ou circunstancial, mas de uma forma absoluta face o ser humano, em qualquer circunstância, temporal, local ou social. O ideal é que a moral sempre atenda aos preceitos éticos. Assim o fazendo ela deixaria de ser relativa às circunstâncias e independente de qualquer grupo dominante porventura existente. Contudo, mesmo os critérios éticos norteadores da moral refletem concepções filosóficas. O fundamental é que se conceba que o valor superior, ao qual os demais precisam acatar, é a primazia do bem. E bem é a característica das ações e das entidades capazes de fomentar ações, que promovam a maximização da felicidade para o maior número de seres (não só humanos). Isto é, do prazer, da alegria, da satisfação, do bem estar, do lucro e situações do tipo. Mas não individualmente e sim em termos estatísticos. Não é ético promover a felicidade de poucos em detrimento da felicidade de muitos. Todavia é aceitável algum sacrifício de muitos para o bem de alguns, se esse bem for de um valor extremo. Por exemplo, muitos doarem sangue para salvar algumas vítimas de algum acidente. Mas não muitos sofrerem privações para o enriquecimento de poucos. Isso tudo tem que ser refletido em cada situação real apresentada. Os princípios éticos, em geral, se reduzem a três: Que as ações promovam a maximização do bem para o maior número de seres, que as ações possam ser estatuídas como norma universal e que as ações sejam tais que o autor queira ser, também, o objeto delas. A moral, de modo geral, deve ser acatada para que a coletividade viva de forma harmônica. Todavia, há casos em que os preceitos morais não possuem justificativa ética e, inclusive, são fatores de infelicidade. Esses precisam ser derrubados e a moral modificada. Por exemplo, homossexualidade já foi considerado uma imoralidade. No entanto não fere ética nenhuma. Ou a manutenção da virgindade até o casamento. Felizmente, em nossa sociedade ocidental, tais normas morais já foram abolidas. O amor plural, contudo, ainda é tido como imoral, mesmo sem ferir ética nenhuma. Há que seja, também, aceito como moralmente lícito. Não se trata de traição e sim da aceitação, sabida e consentida, da não exclusividade nos relacionamentos amorosos e sexuais. Traição não é ético por ser uma falsidade, ou seja, a parte traída considera que a parte que trai se relacione amorosamente exclusivamente com ela, mas tal não acontece. Havendo conhecimento e consentimento na pluralidade relacional, não há traição. Dentre os pecados capitais, além da gula, avareza, luxúria, ira, inveja, preguiça, soberba, mentira. crueldade e vaidade, há que se acrescentar o ciúme.

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