quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Ernesto, acho que a religião não deve ser combatida (e sim o fanatismo religioso); 1) porque ela é inerente a cultura humana; 2) porque ela é útil como moral popular para os humildes, 3) combater gera radicalismo dos fundamentalistas, 4) se ela é o ópio do povo, também o são a poesia e a cerveja. 04/02/2016

Depende do que se entende por combater. Um confrontamento direto não é bom. Mas é preciso, sim, mostrar, de modo cortês e muito bem argumentado, que as religiões (todas) são maléficas para o mundo. Elas surgiram como resultado da ignorância do ser humano em relação a muitos fenômenos naturais. Todavia, o progresso da ciência, provendo explicações naturais para grande parte deles, não mais requer o apelo a nenhuma realidade sobrenatural. Quanto à moral, a filosofia é um meio muito melhor para incuti-la do que a religião, com a vantagem que a moral filosófica, uma vez que se fundamenta na ética, sempre estabelecerá suas permissões, proibições e prescrições em concordância com o que seja bom e certo, o que, muitas vezes, não acontece com a moral fundamentada na religião. De fato, o combate direto gera radicalismo, mas a contestação lúcida e serena, com base em argumentos e inserida no processo educativo (pelo qual todas as escolas teriam que ter aulas de "religiões", em que todas seriam discutidas de modo franco, mostrando como são em todos os aspectos e o que possuem de ruim), permitirá a formação de gerações cada vez mais críticas em relação às religiões até que, espontaneamente, elas deixem de existir. A poesia e as artes em geral são um ópio benéfico, se bem que seu uso como "ópio", isto é, para encobrir as mazelas sociais dos governos corruptos e incompetentes, tem que ser veementemente atacada pelos próprios artistas que não se prestem a serem vendidos a tais nefastos propósitos. A cerveja também é um "ópio" condenável, da mesma forma que a cachaça, a vodka ou o vinho, o tabaco, a maconha, a cocaína e o próprio ópio, uma vez que seu uso em grandes quantidades é nocivo à saúde. Outro aspecto que você não mencionou é que as religiões são promotoras de grandes crimes, começando com o estelionato de muitos de seus líderes em relação aos fiéis (inclusive papas) chegando aos crimes de guerras religiosas que muitas promovem e promoveram, passando por assassinatos chancelados por elas, como aconteceu na inquisição e em vários "progrons" e genocídios.

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