segunda-feira, 21 de março de 2011

Interessante a concepção do Big Rip. Obrigado pela indicação. Lembra o que Guénon diz em "O Reino da Quantidade", sobre o tempo que engole o espaço. Faz mais sentido ainda se aliado ao conceito de eternidade explicado pelo Coomaraswamy.

Na concepção do Big Rip, enquanto o espaço se esgarça, o tempo vai ralentando assintoticamente, até que, tendo o Universo atingido sua máxima entropia e mínimo nível de energia, não é possível a ocorrência de nenhuma alteração em seu estado e, assim, tem-se o cessamento da passagem do tempo. A eternidade é pois, não um tempo que decorre infinitamente sem limite, mas um tempo que deixa de decorrer. Enquanto houver a possibilidade de qualquer decaimento energético ou aumento da entropia, o tempo passará. O fim dos tempos é, pois, o estado definitivo do Universo. Mas isto não será alcançado abruptamente e sim assintoticamente, sem que se possa dizer em que momento o tempo parou de passar. Segundo as mais recentes revelações dos dados observacionais, este será, de fato, o destino do Universo e não o Big Crunsh, que alguns defendem. Além do mais, não considero plausíveis as propostas de múltiplos Universos, de modo que este Universo é o único. Teve um surgimento sem provir de nada e morrerá em um vazio infinito. Note que, sendo o Universo infinito, ele sempre o foi, desde o surgimento. Só que no surgimento a densidade de seu conteúdo seria praticamente infinita e em sua morte, praticamente nula. Mas o conteúdo não aumentou nem diminuiu. A partir de um campo puro e indiferenciado, formaram-se quantizações que são as partículas e antipartículas da matéria e das interações e isto evoluiu com a formação de átomos, estrelas, planetas, galáxias e evoluirá com a destruição de tudo isso, retornando a um campo puro e indiferenciado. A energia (e a massa) são conservadas, mas a entropia não, de forma que a situação não é reversível, isto é, este Universo frio não dará azo à formação de tudo de novo. O surgimento do Universo foi uma ocorrência extremamente singular, pois não precisou obedecer a nenhuma das leis de conservação, que, depois que já existe algo, impedem uma série de ocorrências, inclusive o sumiço de tudo. A não ser que as leis sejam quebradas.

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