sábado, 19 de maio de 2012

Ernesto, você se lembra como reagiu quando contaram-lhe que a morte é inelutável? Se sim, como foi?

Não sei se isso foi dito explicitamente. A primeira morte de que tive conhecimento foi de minha bisavó, que morava em minha casa e morreu quando eu tinha quatro anos. Essa noção, de que todos morreremos um dia, me parece que foi sendo absorvida por mim gradualmente. Não tive reação especial nenhuma. Sempre achei uma coisa normal e nunca me preocupei com o fato de morrer. Mais ou menos a partir dos sete anos, por influência de minha mãe, eu me tornei católico (antes eu o era apenas formalmente, pois fui batizado). Então eu me convenci que tinha que ser santo e ficava querendo morrer logo para poder ir conversar com Deus e lhe perguntar tudo sobre tudo, especialmente física, astronomia, cosmologia e esse tipo de coisa, pois minha curiosidade científica era (e ainda é) inesgotável. Meu ateísmo posterior adveio, exatamente, do meu aprofundamento no estudo religioso.

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