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quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Como refutarias, von Ruckert, o argumento de que a anarquia seria a lei do mais forte; logo, a tirania... ou concordas, inclusive, com a "teoria" de que o idealista anarquista de hoje é o ditador tirano fascista de amanhã?
No momento em que o mais forte dominar o mais fraco deixa de ser anarquia. A sociedade começou com o domínio dos fortes. Mas os fracos se organizaram e criaram mecanismos de contenção dos fortes. Há uma "força" da maioria dos fracos que impede os fortes de fazer o que querem. Isso é evolução social. Daí ter-se passado das tiranias para a democracia. É uma evolução da educação e da cultura em detrimento da força. Essa evolução está em curso e, cada vez mais, a força deixará de ter valor. Isso culminará na acracia, que é a exacerbação da democracia até o nível em que o governo não se faz necessário devido à alta politização do povo e sua educação e disciplina, que dispensam qualquer comando para manter a ordem. Ela se torna espontânea. Daí a anarquia não poder ser imposta, mas apenas aflorar naturalmente, ao fim de um processo educativo centenário ou milenar. O idealista anarquista que se tornar um tirano não é, de fato, um anarquista, mas um aproveitador, como existem muitos que se dizem comunistas. Os idealistas não se corrompem.
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