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quarta-feira, 28 de novembro de 2012
O perdão é uma disposição natural do ser humano? Ou o ódio e a vingança é que são? Justifique.
Nem uma nem a outra. Ambas são adquiridas a partir de uma índole natural e com o concurso da influência do meio, especialmente pela educação. A índole natural é muito forte, mas pode ser modificada pela educação, para o bem ou para o mal. Num contexto de perdão, este será cultivado e o lado bom do temperamento reforçado para formar a personalidade. Num contexto de ressentimento, ódio e vingança, isso é que será reforçado. Todo ser humano é capaz do bem e do mal. Pessoas boas fazem maldades e pessoas más fazem bondades. Resta saber o que prevalece como a regra geral. O bem precisa ser socialmente cultivado para que a própria sociedade e, em decorrência, cada um, se beneficie e possa viver em paz, harmonia, segurança, tranquilidade, aconchego e felicidade. Caso o mal prevaleça, a vida será um tormento, com apreensão constante, sem alegria, sem afeto, infeliz. Daí o valor do bem, para o prevalecimento do qual a civilização se constituiu. E dentre as componentes do bem está o perdão. Mas o perdão não pode ser dado incondicionalmente. Há que se ter o arrependimento e o propósito de emenda, como se exige para o perdão de Deus, na confissão católica. Mesmo não existindo Deus, o perdão humano se ancora nessas duas condições. Não se perdoa e nem se deve perdoar o criminoso contumaz e incontrito, mas é preciso perdoar quem se arrepende do mal que fez e quer se corrigir. Todavia é preciso entender que, nem sempre, alguma ação que, do ponto de vista de quem for objeto dela, seja má, assim o seja do ponto de vista de seu autor, da sociedade ou dos princípios éticos. Nesse último caso, não há de que se arrepender, pois se agiu para o bem, mesmo que esse bem não seja bom para alguém.
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