quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Tem consciência da improbabilidade de o mundo ser inteiramente anarquista? Pois para existir uma sociedade anarquista é necessário que todos pensem iguais para haver um consenso.‎ Wesley Rodrigues

Claro que não. Pessoas podem pensar diferentemente e tirar um consenso pela maioria. Para isso existe o diálogo e a discussão. Para que uns convençam aos outros. Assim é que funcionam os parlamentos. Mesmo sem um governo formal as decisões hão que ser tomadas por discussão e votação. Tendo todos o suficiente grau de educação de aceitar a derrota, quando acontecer. Anarquia é apenas a exacerbação da democracia ao ponto de não precisar de representação, isto é, de políticos, de autoridades, de governantes, de chefes. Apenas de coordenadores de esforços. Essa é a tendência natural da civilização. À medida que o mundo for sendo cada vez mais civilizado, mais educado, mais instruído, mais culto, mais próspero. À medida que as desigualdades forem sendo suprimidas, que a justiça for sendo o lugar comum, que a honestidade for a regra, que a bondade, o altruísmo, a gentileza, a solidariedade, o compartilhamento, o espírito diligente e cooperativo, tudo isso for sendo, pela educação, estendido a toda a humanidade, então a necessidade de autoridade vai desaparecendo, bem como de propriedade, de dinheiro, de forças policiais e militares, de fronteiras, de leis. Tudo isso vai sumir aos poucos como resultado da evolução natural da humanidade. Mas podemos abreviar isso para poucos milhares de anos por um esforço consciente, pertinaz e pacífico, ao longo de muitas dezenas de gerações. Claro que os bairrismos, as religiões, o patriotismo, a ganância, a cobiça, a preguiça, a esperteza, tudo isso tem que acabar, e vai, se se lutar obstinadamente pelo recurso poderosíssimo da educação.

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