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terça-feira, 10 de dezembro de 2013
O senhor é existencialista? Kalil Fagundes
Não gosto de rótulos. Então não digo que sou nada, em termos de correntes filosóficas. Mas adoto várias concepções existencialistas. O que não significa que concorde com todas as propostas dos filósofos existencialistas. De fato, a existência precede a essência. Isto é, para ser algo, há que se existir. O ser não é o que é, mas o que está sendo, à medida que existe. Isso é particularmente verdade para os seres conscientes, como o homem, cuja essência é particular para cada um e vai sendo definida ao longo da vida. Não só para o homem, com o também para outros seres que exibirem consciência, e os há. Assim, a vida não tem nenhum significado extrínseco, mas o que cada um dá a ela, para se sentir realizado. Não acho, contudo, que a liberdade seja uma condenação, mas sim um privilégio, que alguns têm medo de gozar, uma vez que exige responsabilidade. Por outro lado, o existencialismo considera que a existência seja absurda, especialmente a humana. Não vejo assim. Ela está dentro do comportamento da natureza. Esse é um ponto em que divirjo dos existencialistas. Isto é, em sua centralização no ser humano. Para mim o homem é um dentre muitos seres da natureza. Nada há de excepcional, exceto o fato de pertencermos a essa espécie. Acho que a Filosofia precisa se "desumanizar" e se focar na realidade global da natureza.
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