domingo, 2 de fevereiro de 2014

Sim, cada escola tem um campo epistemológico diferente, mas isso não invalida a prática clínica e sua eficácia, não? Aliás, gostaria de saber qual a sua opinião sobre a medicalização indiscriminada presente em nossa pós-modernidade

Claro que invalida. Se a explicação para dado transtorno psíquico é diferente, a abordagem terapêutica tem que ser outra. Se se usar uma abordagem em desacordo com a explicação para a origem do transtorno, ela não produzirá o efeito esperado. Quanto ao uso de medicação nos tratamentos psicológicos eu acho que, quando bem indicada, é ótimo, pois o psiquismo, mesmo que desencadeado por alguma ocorrência externa, se revela como uma resposta orgânica e, portanto, fundalmentalmente, bioquímica. Para mim é preciso atacar tanto quimicamente quanto por meio de terapia psicológica. Mas é preciso saber, de modo decidido, o mecanismo que produziu o transtorno considerado.

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