terça-feira, 15 de abril de 2014

A blasfêmia contra o Espírito Santo é um pecado imperdoável. O Senhor acha que já blasfemou, blasfemaria, ou no fundo tem temor de que possa estar errado em suas crenças, e por isso se abstém de tal atitude, com a desculpa (aceitável) de que não blasfemaria contra algo que não existe?

Não é desculpa nenhuma. De fato, não há como blasfemar contra algo que não existe. E pecado também é algo que não existe, considerando que seja uma ação ou pensamento consentido em discordância com as prescrições de alguma divindade. Uma vez que deuses não existem, não existe pecado. Mas o mal existe. Mal é o que provoque dor, sofrimento, prejuízo, tristeza e o que for de ruim, exceto se objetivar um bem maior, como no caso da extração de um dente. Mas não se pode justificar um mal se ele promover um bem acompanhado de mal maior para mais seres. Mas o que seria blasfêmia? Em meu entendimento seria uma imprecação ou uma injúria contra a pessoa de alguma divindade ou algum preposto seu. Como escarnecer do profeta Maomé, ou debochar de Gamesh, ou caluniar Buda. Jamais fiz algo desse tipo, não por temor de nenhuma represália divina, mas porque tais personagens são objeto de veneração por significativa parcela da humanidade e blasfemar contra elas seria uma falta de respeito e consideração para com pessoas piedosas e sinceras em sua fé. Afirmar que deuses não existem não é blasfemar, mas apenas constatar um fato. Como dizer que uma pessoa baixa seja baixa não é injuriá-la. Quanto ao Espírito Santo, trata-se de uma concepção particular aceita apenas por um terço da humanidade, sem nenhuma garantia de realidade, mesmo que se considere que deuses existam. Seu patamar de credibilidade é o mesmo de Shiva, Brahma, Vishnu, Júpiter, Hórus, Aúra-Masda ou outro que seja.

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