terça-feira, 15 de abril de 2014

Quando era criança/adolescente,seus pais o levava na Igreja? Ou você teve uma liberdade para escolher o que queria?

Me levavam à Igreja Católica, na qual fui criado, cursei catecismo, fiz primeira comunhão e tudo o mais. Era um fiel devoto e piedoso. Tanto que eu queria ser santo. Mas tinha liberdade de estudar, criticar e contestar tudo, inclusive religião. Foi, exatamente, o aprofundamento de meus estudos religiosos, filosóficos, científicos e históricos que me levaram a perder a fé e a considerar que fé é algo que não tem cabimento. Estudar sempre foi algo que eu adorava fazer. Meus pais aceitaram minha perda de fé com toda a tranquilidade. Como aceitariam qualquer escolha minha, desde que fosse honesta. Claro que não aceitariam uma escolha pela vida criminosa, por exemplo. Mas aceitariam minha escolha pela homossexualidade, se eu a fizesse. Mas não fiz. Ou pela militância, quer esquerdista, quer direitista. Desde que eu não fosse a favor de nenhuma ditadura, de esquerda ou de direita. E nem de repressão política. Não sei se aceitariam se eu escolhesse pela poligamia, que também não fiz. Mas que considero perfeitamente aceitável, como a homossexualidade, a bissexualidade ou a assexualidade. Meus pais eram intelectuais profundamente liberais. Eu os adorava. Foram meus heróis. Por sua inteligência, cultura, honestidade, correção, caráter e, principalmente, bondade.

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