quinta-feira, 17 de julho de 2014

A realidade ateia se diz racional mas em grande parte é tão teórica quanto a deísta. Apenas porque os ateus têm uma ausência de dogmas acham que estão totalmente certos e que sua racionalidade é tão estritamente superior à religião que eles não param de citá-la para falar mal da mesma.‎

Dizer que é teórica é, justamente, dizer que é racional. Dogmas não são necessariamente certos e nem errados. O que há de errado com eles é o fato de não admitirem contestação. Há dois tipos de ateus: os céticos e os dogmáticos. Os ateus dogmáticos, de fato, se assemelham aos crentes. Mas os céticos, como eu, não. Eles não são gnósticos e nem agnósticos. Não têm certeza da existência e nem da inexistência de Deus. Mas, como percebem que os indícios são a favor da inexistência, assim consideram. É claro que os ateus têm que contestar as crenças e as religiões, senão seriam incoerentes, do mesmo modo que os religiosos têm que contestar o ateísmo. Do mesmo modo que os crentes e religiosos (não é a mesma coisa, pode-se ser crente sem ter religião, mas todo religioso é crente (não no sentido de neo-pentecostal, mas no sentido em que crê em uma realidade sobrenatural)) consideram que o ateísmo seja um mal, os ateus consideram que a fé e a religião são um mal. E têm bons argumentos para assim pensar, pois a fé e a religião são engodos.

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