quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Professor, como funcionaria uma sociedade anarquista quanto as profissões, as empresas, e o comércio como por exemplos lojas, restaurantes, bares, conveniencias, etc. Digo, todas essas áreas são motivadas pelo lucro, e não havendo dinheiro, qual a razão dos proprietários manterem em atividade ?‎

Numa sociedade anarquista não existem proprietários, não existe comércio. Existem entrepostos de distribuição de bens e de solicitação de serviços. Todo mundo trabalha de graça, uns pelos outros. As atividades extrativas e a agricultura geral bens primários que são transformados pelas indústrias e distribuídos pelas redes de transportes para os entrepostos de distribuição, onde são entregues aos consumidores. Mas esses não são individuais. Tudo é coletivo, de modo que tudo é distribuído para os refeitórios, os alojamentos, as creches, as escolas, os hospitais, as lavanderias, os centros de lazer, os vestuários, e todos os centros de prestação de serviços. Não é preciso haver dinheiro e ninguém quer ter lucro nenhum, pois todo mundo dispõe de tudo, de graça. Todo mundo trabalha para o bem comum. Nada é de ninguém e tudo é de todo mundo. Sem o menor problema. Com a comunitarização das atividades a economia de recursos se torna imensa. O individualismo é extremamente perdulário em gastos. Tudo compartilhado rende muito mais. A abolição da concepção de família mononuclear também se torna uma imensa fonte de economia. Mas isso não é uma imposição e sim uma opção. As concepções são completamente diferentes. Por isso é que a anarquia é, principalmente, uma mudança radical de cosmovisão, especialmente social. Ela tem que vir de dentro para fora. Jamais pode ser imposta. As pessoas têm que querer compartilhar, querer colaborar, querer ser solidárias, ser totalmente altruístas, não ter a menor cobiça e nem a menor preguiça. Isso é que vai levar à anarquia.

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