Já li esse livro todo: “Surely You’re Joking, Mr. Feynman!”. Concordo plenamente e o que ele disse ainda acontece no Brasil, com poucas exceções. De 1968 a 1976, lecionei na EPCAR, em Barbacena, e lá se ensinava ciências e humanidades de verdade, com ligação com a realidade do mundo. Mas isso acabou, por pressão de pais de alunos que só estavam interessados que seus filhos passassem nos vestibulares. Uma lástima. Sempre fui um professor como o Feynman e, mesmo onde não havia laboratório (como havia na EPCAR), eu levava equipamentos para mostrar os fenômenos acontecendo, ANTES de dar a matéria sobre o assunto. E minhas provas sempre foram mais conceituais e desafiantes, sem preocupação em treinar questões "maceteadas" que caíam nos vestibulares. Assim eu fazia os alunos, de fato, saberem a matéria e, como isso, resolviam muito mais questões do que os que só treinavam em resolver questões. O maior problema é a concepção dos professores e dos diretores das escolas. Isso é próprio do sistema cartorial brasileiro, onde o que vale são os diplomas e certificados, e não o conhecimento e o domínio de habilidades. O ENEM pretendeu acabar com isso, mas também capitulou, a partir do "ENEM 2" que passou a ser dividido por "áreas". Isso é um desastre. O conhecimento tem que ser integrado e as questões têm que ser interdisciplinares e completamente misturadas com um escore único. Para tal os professores também têm que ser multidisciplinares e isso é um grande desafio. Quem é de exatas tem ojeriza por humanas e biológicas, o mesmo acontecendo com os demais, permutando as áreas. Artes, então, ninguém quer saber (TODAS, incluindo música). Como mudar? Fazendo como eu: dando murro em ponta de faca a vida toda, ao longo de várias vidas, por décadas e séculos a fio, sem esmorecer.
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