terça-feira, 6 de setembro de 2016

http://goo.gl/X9n5xX ... Tema interessantíssimo para os futuros filósofos! Hawking já havia comentado algo a respeito da inteligência artificial (http://goo.gl/OOvBSh), mas se esqueceu que o desenvolvimento da tecnologia também envolve questões éticas. E a Filosofia está morta, segundo ele... 11/01/2016

Sua pergunta envolve três temas diferentes. Comecemos pelo último. Discordando totalmente do Hawking, a Filosofia não está morta, de modo nenhum. Todo cientista deveria saber disso, pois não há como fazer ciência sem filosofar. Em todos os seus aspectos a Filosofia está presente no mundo e nas ações humanas: no ético, no estético, no epistemológico, no lógico, no psicológico e, mesmo, no metafísico, que é o que muitos cientistas menosprezam, julgando que Metafísica cuida do sobrenatural. Nada disso. Assim, é claro que o desenvolvimento da tecnologia envolve questões éticas sim. Mas é preciso entender a grande diferença entre tecnologia e ciência. A busca do conhecimento é totalmente livre e ao conhecimento não se atribui valor ético. Isso é o que a ciência faz. Mas ao uso do conhecimento, que é o que a tecnologia faz, sim, há valor ético envolvido. Então consideremos o caso do sexo virtual. Será ele ético? A questão é a mesma que a que se aplica ao sexo não virtual envolvendo outras pessoas que não o cônjuge. Para quem não seja comprometido em nenhum relacionamento estabelecido, sexo é algo inteiramente livre e ético, seja carnal, seja virtual. Quanto a quem possua relacionamento estabelecido, depende de como esse relacionamento seja estabelecido. Se ele admite o sexo paralelo consentido, não se falta à ética realizá-lo, quer carnalmente, quer virtualmente. Se não admite, então não é ético fazê-lo, mesmo virtualmente, segundo meu entendimento. De certa forma isso também se aplica à pornografia, que pode ser consumida livremente, quando a pessoa tem uma relação estabelecida, se isso for um consenso entre os envolvidos, que, então, sabem que cada um a consome, quer sozinho, quer em conjunto. O que eu penso é que a evolução dos relacionamentos se dará no sentido de que a exclusividade amorosa e sexual venha a ser algo não mais exigido em relacionamentos amorosos e sexuais. Então não exite mais traição, pois as relações paralelas são aceitas, consentidas, permitidas, com ou sem a ciência da outra pessoa envolvida na relação. Ou mesmo as relações já são admitidas como plurais, isto é, poligâmicas, quer em fase de namoro, quer em fase de casamento mesmo. E nessas relações, monogâmicas ou poligâmicas, estabelecidas de forma mais estável, também se pode vir a admitir, sem restrição, as relações efêmeras, isto é, meramente recreativas, sem compromissos maiores de dedicação recíproca, amparo mútuo, companheirismo, compartilhamento de interesses e projetos de vida, criação de filhos e coisas do tipo, mesmo que não fique incluídas a exclusividade e nem a perenidade. E isso não é, de modo nenhum, falta de ética, apesar de ser imoral, de acordo com o costume hoje vigente em nossa sociedade. Não é anti-ético porque, todos os envolvidos estando cientes e de acordo, não se causa mal a ninguém, pelo contrário, se promove o aumento da felicidade geral. A moral, pois, deveria se alterar para acolher esse novo patamar de comportamento, como já o fez para muitos casos

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