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sexta-feira, 5 de maio de 2017
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” É isso mesmo?
Certamente que sim. Esse é o grande desafio dos professores. Não propriamente "ensinar", mas provocar o aprendizado pessoal do estudante. O professor tem que instigar o aluno para que ele mesmo desenvolva o seu conhecimento e adquira as habilidades e posturas necessárias para usá-lo. Sem dar o assunto mastigado para ser só memorizado. Claro que há que se passar informações e orientações para o trabalho do aluno, mas o trabalho tem que ser dele. Ele tem que "quebrar a cuca". Esse é o método da "redescoberta", em que se transforma o aluno em um cientista e um pesquisador para construir o conhecimento, devidamente orientado. E com ampla liberdade de pensamento e metodologia. Sem esquecer que apenas o conhecimento não resolve. A habilidade em aplicá-lo é tão importante quanto possuí-lo. E, também, não se é só para abordar os aspectos cognitivos. Há também valores a serem cultivados, posturas, atitudes, concepções e tudo isso. Trabalhar assim com a juventude é que é ser um verdadeiro professor e não aquele que passa "dicas" e "macetes" para acertar as questões do ENEM e dos vestibulares. Um professor assim é indigno de ter esse título. Inclusive porque o sucesso no ENEM e nos vestibulares não é dos alunos que sabem macetes e sim dos que, realmente, conhecem, entendem, compreendem e sabem usar os conhecimentos que adquiriram de modo embasado e sedimentado. Para conseguir isso, antes de tudo, o professor tem que fazer com que o aluno se sinta "deslubrado", "maravilhado", pelo objeto de estudo e queira aprendê-lo por que está adorando e repleto de curiosidade para saber o máximo a respeito, não se contentando só com o que é exigido nos exames. E um professor só passará essa atitude aos alunos se ele mesmo for fissurado pela matéria que leciona.
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