Mas esse posicionamento não pode traser muitas contravérsias? Ora, não sabemos exatamente o rumo que o futuro político da humanidade tomará e, considerando as especificações do sistema anarquista, não há garantias de que dê certo, após alcançado. Mas, supondo que se chegue lá, qual maior obstáculo?

Nada é garantido. Nem a anarquia comunista, nem o socialismo de estado, nem a democracia capitalista, nem as ditaduras. E todos podem dar certo, dependendo de como e por quem sejam conduzidos. Todavia a anarquia comunista é a mais provável de dar certo, pois é baseada na gestão direta da sociedade e da economia pelas pessoas, sem representantes. Só que requer um altíssimo nível de conscientização, de responsabilidade, de comprometimento, de honestidade, de dedicação, de competência, de abnegação, de desprendimento, de colaboração, de participação, de entrosamento e de diligência. Isso não se consegue por decreto e nem por revolução, mas sim por evolução civilizatória da humanidade por meio do processo educativo ao longo de muitas gerações. É isso que eu quero para o mundo e tenho plena confiança que será alcançado em alguns séculos ou poucos milênios. Mas é preciso, desde já, ir trabalhando nesse sentido, especialmente por meio da educação: Educação para a responsabilidade, o desprendimento, a pertinácia, a honestidade, a conscientização, o comprometimento, a abnegação, a competência, o entrosamento, a diligência, a justiça. Isso tem que fazer parte dos temas transversais e ser objeto obrigatório de abordagem em todas as disciplinas, inclusive com avaliação e reprovação nas escolas. Durante séculos a fio. Até que não exista mais ignorância, desonestidade, crime, preguiça, tapeação, procastinação, negligência, incompetência e nada de ruim no mundo. Então o mundo estará pronto para a anarquia. Porque a anarquia é uma sociedade de seres virtuosos.