terça-feira, 29 de novembro de 2011

Psicanalista diz que o amor romântico está fadado ao fracasso. Você concorda?

Não. Acho que o amor romântico existe e é uma boa coisa, que não deve ser acabada. Mas precisa ser revisto e despido de algumas características malsãs. O que ele tem de bom é associar ao desejo erótico uma espécie de devoção à pessoa amada. Isto envolve admiração, amizade, companheirismo, cumplicidade e um desejo de sua presença e seu carinho, acompanhado de atitudes recíprocas. O que não pode ter é o desejo de posse, de exclusividade, de "juntidade" (só fazer tudo junto), e nem a renúncia a outras amizades ou até, outros amores. O amor romântico é desinteressado, isto é, mesmo que deseje a reciprocidade, não a exige. Tem que ser um amor altruísta e sem nenhum ciúme. E pode ser somente platônico, sem o lado erótico, que, muitas vezes, é extremamente gratificante. Cada um tem que respeitar a individualidade do outro e desejar o seu bem e o seu crescimento como pessoa integral, e não apenas que o outro seja grudado nele, nem que tenham só as mesmas opções, os mesmos gostos e desejos, os mesmos projetos de vida e as mesmas visões de mundo. Mas tem que haver muita coisa em comum. Opostos podem até se atrair, mas não convivem harmoniosamente. O amor romântico, quando associado ao erótico, traz um complemento que enche a vida de significado e é, certamente, o mais relvante fator de felicidade.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação (formspring)

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