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domingo, 18 de março de 2018
Você é uma autoridade do Estado, e alguns grupos de direitos humanos pedem que você intervenha em uma tribo isolada, que sacrifica crianças deficientes. Outro grupo, de relativistas culturais, pede que eles sejam deixados em paz e que a sua cultura seja respeitada e não seja tocada. O que faria?
Interferiria. Tradições nefastas não podem ser preservadas. A ética está acima dos costumes. Tradições são válidas, mas se forem maléficas, não. Não se pode admitir sacrifícios humanos. Isso não é uma frescura ocidental. Isso não é ético, não é humano. Que os relativistas culturais me crucifiquem, mas eu rejeito peremptoriamente esse tipo de concepção. Do mesmo modo que rejeito qualquer outra que seja nefasta, de qualquer cultura do mundo. E não acho que a cultura ocidental seja superior a qualquer outra. A cultura ocidental também já admitiu a escravidão e, no entanto, ela foi abolida por ser anti-ética. E tinha que ser mesmo. Acabou e a civilização ocidental não ruiu. Do mesmo modo que as concepções da necessidade da virgindade até o casamento ou da imoralidade das relações homoafetivas e homossexuais. É preciso ir acabando com concepções e tradições perversas, seja em que cultura for. Falta acabar com a exigência social da monogamia. A humanidade tem que evoluir para um estágio de eticidade total em tudo. Mesmo preservando o que houver de característico das diferentes culturas, desde que não seja nada anti-ético. E a ética, diferentemente da moral, não é relativa.
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