sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Sempre que faço essa pergunta para ateus eles me dizem o mesmo que o senhor; que já foram religiosos... Foi difícil essa "transição" de alguém que tinha fé em um Deus como o da Bíblia mudar os seus pensamentos? Houve certo desconforto a respeito da salvação, céu e inferno, etc?

A razão é que estamos imersos em uma sociedade que tem profundos vínculos religiosos, no caso da nossa, cristãos e, em especial, no Brasil, católicos. Quando nasci, em 1949, então, ser ateu era uma imoralidade, quase um comportamento criminoso. Então a criação familiar, tanto minha quanto de quase todo brasileiro, era dentro do cristianismo. Mesmo o protestantismo era visto enviesadamente pela maior parte da população. O espiritismo, nem se diga. Atualmente, felizmente, já não há esse preconceito e existem crianças que já são criadas, desde o nascimento, em lares ateus. Ao se tornarem adultas, se não adotarem alguma religião ou crença, serão "ateus de nascença" (como, aliás, todo mundo é, pois, mesmo que seja criado desde criança em alguma religião, não nasce com nenhuma). A passagem do catolicismo para o ateísmo, no meu caso, não foi traumática, pois se fundamentou em alicerces bem estabelecidos, advindo de meus estudos e reflexões. Contudo não lamentei o fato de ter sido católico por algum tempo, pois, quando o era, era-o de forma convicta e sincera. Jamai fui um católico dito "não praticante", que apenas se diz católico e não vive segundo os preceitos do catolicismo. Isso, para mim, seja em relação à religião que for, é abominável. Se não se vai seguir os preceitos da alguma religião, não se diga que pertence a ela.

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