Anarquista vota sim! Porque, por enquanto, não estamos vivendo o anarquismo e ninguém pode se omitir em procurar melhorar o mundo no que estiver a seu alcance. E como o anarquismo ainda demora centenas de anos para chegar... O anarquismo se caracteriza pela ausência de governo, de estado, de fronteiras, de dinheiro, de propriedade, de leis, de prisões, de forças armadas, de judiciário, de legislativo, de executivo. É um sistema baseado no comunitarismo, na solidariedade, na cooperação, na responsabilidade, na honestidade, na dedicação, na operosidade, na confiança, na lealdade, no desprendimento, na ausência total de preguiça e de cobiça, de ganância, de mentira. Em suma, não é uma situação que se possa obter agora nem em pouco tempo, pois requer a conscientização, pela educação da humanidade toda, pois não é concebível haver alguma nação anarquista e outras não. Tem que ser o mundo todo ao mesmo tempo. Esta é a tendência natural da humanidade para daqui a alguns milhares da anos. Mas, por um esforço consciente, podemos abreviar isto para algumas centenas de anos. Como? Dedicando-se, cada um, a trabalhar parte do seu tempo de graça para o bem de comunidade. Realizando por conta das próprias pessoas, obras que seriam da alçada do poder público, sem consultá-lo. Criando hortas, creches, locais comunitários de lazer, sem envolvimento dos governos municipal, estadual ou federal. Sem fundação de ongs, fundações e nada que seja institucionalizado. E, principalmente, sem envolvimento de dinheiro em absolutamente nada. Tudo feito de graça, sem pagar e sem cobrar nada de ninguém. Este é o espírito. Sem propriedade de nada, Tudo de ninguém e de todo mundo. Pode ser que espertalhões se aproveitem disso. Mesmo assim há que se insistir sempre, com todos os percalços, por séculos a fio. O anarquismo não pode ser imposto. Tem que surgir espontaneamente do desejo do povo. O governo e o dinheiro irão desaparecer não por decreto, mas por absoluta falta de necessidade. Mais ou menos como aconteceu com a mudança para o Real. Primeiro se criou a URV, e com o seu uso, o cruzeiro real perdeu significância até que foi substituído pelo Real, em 1994. Só que, no caso anarquista, não haveria URV nenhuma. As pessoas cada vez mais fariam tudo de graça, sem ter nem coisa alguma em troca, mas, em compensação, teriam tudo o que quisessem também de graça.
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