Porque não enriquece. Só por isso. Todo mundo sabe da importância e do valor do magistério, mas ninguém está a fim de se sacrificar financeiramente pelo bem dos outros. É uma questão de egoísmo. As pessoas querem o sucesso financeiro e não a realização pessoal, se for na pobreza. Isto é terrível. Em minha juventude, os melhores alunos das turmas iam ser professores. Os não tão bons iam ser médicos, engenheiros, advogados ou empresários. Mas há 45 anos atrás os professores do Ensino Médio ganhavam tanto quanto um médico, engenheiro ou advogado. Assim as famílias se orgulhavam de ter um filho professor, tanto quanto de ter um médico, engenheiro, advogado ou padre. Padre e professor, hoje, estão em baixa cotação prestigial (Se bem que padre até pode ganhar bem, ainda mais se for pastor). A solução está em melhorar o salário do magistério, mas isto tem que ser acoplado a um modo de se exigir competência e dedicação. Digo melhorar bem. Algo como todo professor trabalhar em dedicação exclusiva em cada colégio é ter uma carga horária de 20 aulas por semana, as 20 restantes ficarem para preparação de aula e correção de trabalhos na escola, em que cada um teria um gabinete com computador e internet à disposição, ganhando um salário de uns cinco a dez mil reais por mês, no nível médio. E tem mais: não deviam haver escolas particulares. Todas teriam que ser públicas, sem exceção. Assim o magistério voltaria a ter prestígio e ser desejado pelas melhores cabeças, incentivadas por suas famílias e invejadas pelos colegas de turma. Enquanto isto não ocorre, quem quiser ser professor, disponha-se a enfrentar a oposição da família e as chacotas da turma, com a convicção de que eles é que estão errados.
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