Você não viu que eu disse melhorar salários com uma exigência. Os bons salários têm que ser pagos só para quem demonstrar, em exames de qualificação e em um processo continuado de avaliação de desempenho, que merece o salário. Quem tiver qualificação insuficiente, não entra na nova carreira. Se legalmente possível, o interessante é até que seja demitido. Estou falando de exigência de conteúdo, conhecimento, habilidades, competências, provadas e não apenas títulos fajutos de mestre ou de que seja e tempo de serviço. Isto não significa nada. Por exemplo, as licenciaturas, nas universidades, têm que ser uma COMPLEMENTAÇÃO pedagógica ao bacharelado, isto é, todo licenciado tem que ser, primeiro, bacharel. E a complementação pedagógica tem que ser prá valer e não um fingimento em que alunos que já lecionam são aprovados automaticamente em didática especial. Fui professor de didática especial de Física e não dei colher de chá. Além disso, a progressão na carreira não pode se dar automaticamente quando se obtém o título de mestre ou doutor, mas isto ser uma exigência paralela à de passar no exame de qualificação. Também há que se ter uma comprovação de desempenho, atestada pelo volume do trabalho e por uma avaliação feita por alunos, por pais e pelos egressos das escolas. Algo bem exigente e rigoroso. Isto é que eu tenho defendido em todas as comissões de carreira docente de que participei na administração da UFV e no Sindicato dos Professores da UFV, tendo sido sempre voto vencido em razão do corporativismo malsão que vigora na categoria dos professores. O mais importante não é a carreira, mas o resultado do trabalho do magistério, que é a formação dos alunos. Também não se pode ser condescendente com eles e aprovar incompetentes e ignorantes. É preciso ser exigente em sala de aula e ministrar um ensino forte e puxado. Senão vamos sempre formar uma plêiade de burros e ignorantes que só vai levar o Brasil para o brejo.
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