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sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Há formas de inteligência. Dizer que o modo como os indígenas utilizam é primitivo é depreciar sua cultura em relação a nossa. O modo como se organizam socialmente, seu valores, a maneira como interagem com a natureza não é mais consistente que a nossa?
Sim, muito mais. Mas isso não significa que tenhamos que abdicar do progresso científico e tecnológico que possuímos. Podemos, muito bem, nos valer dele e, ao mesmo tempo, sermos social e ecologicamente corretos como os índios. Não há incompatibilidade nenhuma. Meu anarquismo não é primitivista. Quanto à cultura, não a deprecio, mas prefiro a nossa. Não essa do funk e do axé, que acho horrível. Mas a de Beethoven e Brahms, de Einstein e Darwin, de Hume e Russell, de da Vinci e Renoir, de Dickens e Dostoievsky. Acho que esse legado é extremamente valioso e não pode ser descartado. Além do mais não é incompatível com com uma sociedade igualitária, justa, fraterna, harmônica, aprazível. Uma sociedade em que a prosperidade seja um bem comum, bem como a consciência.
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