sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tenho em vista as nações do Alto Xingu. Por ex, um índio nunca recebe sequer uma ordem em sua vida, ele é educado de maneira que não precise ouvir ordens. Um índio conquista sua independência de modo completo. Ele sabe tudo o que precisa: se alimentar...

Não ser preciso mandar nem obedecer é ótimo e é o que eu quero que aconteça em meu mundo anarquista ideal e que pode começar a ser implantado na educação, desde a tenra infância, em casa, se os pais forem educados para isso. Essa independência total é um ideal que se tem que perseguir, mas não dá para alcançar numa sociedade complexa como a nossa. Não somos capazes de viver como um Robinson Crusoé. Há uma interdependência social que faz com que sejamos um organismo pluri-individual. Isso é irreversível, a não ser que uma grande catástrofe acabe com a civilização. A nós não basta nos alimentarmos. Mas isso não é ruim. A riqueza cultural da civilização que nos enche de outras necessidades, além das pulsões naturais de preservação individual e da espécie, é algo bom, que enche nossa vida de novos significados. O que é preciso é fruir dela com sabedoria, sem nos escravizarmos, preservando nossa liberdade e independência. Isto é, podemos gostar do conforto e da cultura, mas não podemos ficar dependentes disso. Assim teremos o melhor dos dois mundos, da civilização e das culturas ancestrais. E isso é função da educação, que está muito mal estruturada, já que não nos habilita a saber viver, como seria sua função.

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