segunda-feira, 1 de julho de 2013

"O comunismo não é senão uma forma extrema de socialismo." Porque esta afirmação é equivocada?

Existem dois conceitos de comunismo. O conceito original é o de uma situação em que os meios de produção e prestação de serviços não pertenceriam a ninguém, sendo comuns a todos, que é o anarco-comunismo, que preconizo. Historicamente, contudo, a palavra mudou de significado, passando a indicar a forma de socialismo administrada pela "Ditadura do Proletariado", que se previa, inicialmente, ser apenas uma fase transitória para o comunismo. Mas acabou ficando como o modelo definitivo de comunismo como um sistema totalitário de partido único. Na Primeira Internacional Socialista, os anarquistas, liderados por Bakunin, romperam com Marx, pois se opunham à Ditadura do Proletariado. Mas eram revolucionários. Os socialistas marxistas acabaram se auto-denominando comunistas, mas, então, já era um conceito deturpado de comunismo, pois nele os meios de produção seriam confiscados pelo estado e todos seriam empregados do estado. No anarco-comunismo, mais tarde mais bem explicado por Kropotkin, não há estado e nem empregados. Atualmente ando preferindo não usar a palavra comunismo para indicar a proposta comunista original, sempre dizendo anarco-comunismo, para ficar bem claro a diferença. Também pode ser denominada de "comunitarismo", mas há o perigo de se confundir com propostas até religiosas de "vida em comunidade". O anarquismo, certamente, não se dá bem com nenhuma religião, mas admite a crença em Deus, desde que sem religião.

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