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segunda-feira, 1 de julho de 2013
Professor, na sua opinião a patrística e a escolástica são uma traição à tradição filosófica anterior?
Toda escola filosófica é uma traição ás escolas anteriores. Os grandes filósofos foram os grandes porque não deram continuidade com a tradição e se rebelaram, propondo novas concepções. Isso é a constante da história da Filosofia. Muitas vezes o rompimento significa um retorno, pelo menos em parte, às concepções que foram anteriormente suplantadas. O patrística foi uma fusão do cristianismo, especialmente paulino, com o platonismo. A escolástica foi um retorno ao aristotelismo, agora em sincretismo com o cristianismo. Essas correntes puderam aparecer porque, na época de cada uma, houve um ressurgimento do estudo do período clássico grego, que tinha sido esquecido no período romano em favor do estoicismo e se perdido completamente na Idade Média, até que os árabes o desencavaram e os escolásticos se aproveitaram. Com Nietzsche houve um reviver dos pré-socráticos, o que também acontece com Michel Onfray, hoje em dia.
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