segunda-feira, 1 de julho de 2013

O senhor acredita nos diagnósticos que psiquiatras/psicólogos dão aos seus pacientes ou acha que é uma forma de "rotular" e "diminuir" a personalidade de cada um?

Esse é um sério problema de muitos psicólogos. Cada um tem a sua escola e busca enquadrar o caso em estudo nas concepções dela. E as diferentes escolas dão diferentes interpretações de um mesmo caso. O problema é que a psicologia ainda não é uma ciência bem alicerçada em que vigore o "corte epistemológico", que consiste no fato de que, quando uma nova explicação aparece, ela substitui ou acrescenta algo à anterior, que passa a não valer. Em psicologia, como em sociologia e economia, vigoram propostas simultâneas, cada uma com seus defensores. Em física isso não acontece. Claro que há hipóteses na mesa, mas elas não são aceitas como válidas até que sejam comprovadas. E quando o são, passam a valer completamente, em lugar das anteriores. Não há o caso de alguns físicos acharem isso e outros acharem aquilo. Em psicologia há esse caso. Isso deixa o paciente desorientado, se ele buscar vários psicólogos. Na medicina isso também acontece, mas, quando se aprofunda o diagnóstico, chega-se a uma conclusão aceita por todos. Mesmo em uma linha como a Psicanálise, há diversas correntes que fazem análises diferentes de um mesmo caso. em razão de seus pressupostos. Espero que isso seja superado, mas percebo que ainda vai demorar. Não acho que nenhum psicólogo tenha a intenção de diminuir a personalidade de ninguém. Mas que eles gostam de rotular, gostam. Não sei como não percebem que o psiquismo é muito complexo para poder ser rotulado em um caso específico. Quase sempre é uma coleção de problemas.

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