sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Estou a perturbá-lo há um bom tempo. Peço desculpas por incomodar. Mas gostaria de sanar algumas dúvidas que, de fato, estão me levando à loucura. https://drive.google.com/file/d/0B9WJMlMy6kxjQ3FzR2ZFV3JkZHM/edit?usp=sharing Há algum equívoco de minha parte, no concernente à criação da matéria?

O surgimento da matéria não é algo difícil de se entender. Ao surgir, o Universo era campo puro, sem nenhuma quantização. Esse campo possuía uma densidade de energia extremamente grande, equivalente a uma densidade de massa de mais de 10E80 g/cm³ (equivalente ao caroço de um buraco negro). O interessante é que, sendo o Universo infinito, ele já surgiu infinito. A singularidade de que se fala é da densidade de energia e não de volume. O Universo Observável, hoje com 92 bilhões da anos-luz de diâmetro, é que se concentrava em um volume menor do que um elétron, não o Universo, que já era infinito. Mal surgiu, o espaço que continha esse campo começou a se expandir, a princípio com uma aceleração imensa (inflação) que fazia a taxa de afastamento dos pontos ser muito superior à velocidade da luz (mas não se trata de uma velocidade, pois não é um movimento). Nessa expansão ocorreram flutuações aleatórias de densidade que permitiram ao campo se quantizar em pares de partícula e antiparícula (as quantizações são concentrações do campo possuidoras de valores específicos de certas grandezas, como carga, spin e outras, que fazem com que a concentração adquira uma individualidade). As quantizações de spin semi-inteiro formaram férmions que são os quarks e léptons, partículas constitutivas da matéria e antimatéria. As quantizações de spin inteiro formaram os bósons transmissores das interações, como os glúons, W, Z e fótons. As partículas e antiparticulas se afastavam pela expansão de modo que não se aniquilavam, mas poderiam se aniquilar com as pertencentes a outro par. Isso gerava fótons, que também poderiam se colidir e gerar pares. Tal bagunça durou 380 mil anos nos quais todo o Universo era como o interior de uma única estrela, completamente opaco. Nisso se formaram prótons, nêutrons, antiprótons, antinêutrons, átomos e antiátomos de hidrogênio e hélio. Havia também o decaimento radioativo das partículas e antipartículas formadas. Curiosamente a meia vida das partículas radioativas não era igual à meia vida de suas correspondentes anti-partículas. Quando a separação se tornou suficiente para que uma partícula ou antipartícula decaísse antes de encontrar outra para aniquilar, as aniquilações cessaram, pois, tendo decaído em tempos diferentes, partículas não achavam a antipartícula para se aniquilar. Isso fez sobrar matéria em relação à antimatéria, na fração de um bilionésimo do que havia das duas. O resto se tornou a radiação de fundo do Universo. Então o Universo ficou transparente. Depois surgiram estrelas e galáxias e o Universo tomou a forma atual. O que não se sabe é como o campo puro primordial surgiu a partir de nada, sem causa e sem propósito.

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