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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Professor, o senhor poderia me explicar a relação da Radiação Cósmica de fundo com o Big bang? E as características dessa radiação?
Logo após o Big Bang começaram a se formar partículas e antipartículas pelas flutuações aleatórias do campo do vácuo, que era só o que havia. Mal elas se formavam eram aniquiladas pelas antipartículas correspondentes formadas, produzindo um par de fótons. Esses, por sua vez, ao se chocarem, formavam pares de partículas e antipartículas, além das que surgiam do campo do vácuo. Isso fazia o Universo ser, todo ele, como o interior de uma única estrela, extremamente opaco. Todavia o espaço foi se expandindo e, em certo momento, cerca de 380 mil anos após o Big Bang, antes que alguma partícula encontrasse sua correspondente antipartícula para se aniquilar, ela decaia radioativamente e não se aniquilava. Como o tempo de decaimento das partículas e antipartículas não é exatamente igual, isso promoveu uma sobra de partículas em relação a antipartículas, que é o que existe hoje. Todavia o excesso de partículas em relação a antipartículas foi apenas de uma parte em um bilhão. O resto se aniquilou e não voltou mais a gerar pares. Dessa aniquilação sobraram um bilhão de fótons para cada partícula que não se aniquilou. Esses fótons, então, eram de raios gama. E eles ficaram por aí, vagando pelo Universo. Como, desde então, o Universo se expandiu, o comprimento de onda deles aumentou até chegar, hoje, à faixa das micro-ondas. Ou seja, o Universo todo está preenchido por um mar de micro-ondas remanescente dessa fase de desacoplamento da matéria com a radiação que é a radiação de fundo, percebido como vindo uniformemente de todos os lados e capaz de ser captada por uma antena de televisão, quando não sintoniza canal nenhum. Quando aconteceu o desacoplamento, o Universo deixou de ser opaco e tornou-se transparente.
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