segunda-feira, 23 de maio de 2016

Existe moral objetiva? 27/09/2015

Toda moral é objetiva no sentido de que suas prescrições não são subjetivas, isto é, não se baseiam nas opiniões da pessoa. Não há moral individual. Mas a moral não é absoluta, pois varia com a época, o lugar e o estrato social do grupamento que a ela esteja submetido. Note que há uma grande diferença entre ser objetivo e subjetivo e entre ser absoluto e relativo. A moral é relativa e objetiva. A ética é que é absoluta e objetiva. Ou, pelo menos, pretende. Ou seja, a ética, sendo filosófica, busca os critérios que deveriam orientar a moral. A moral é uma disciplina normativa, isto é, ela cuida do que deve ser permitido, proibido ou prescrito com relação às ações dos seres dotados de inteligência, consciência e liberdade. A ética não cuida disso e sim do que deva ser considerado certo ou errado, em termos do bem e do mal. Mas a moral pode permitir ou, até, prescrever o que seja errado e proibir o que seja certo ou, pelo menos, não seja errado. É que a moral, geralmente, atende os desejos dos detentores do poder, para que a população aja de acordo com seus interesses. Para tal a moral se faz valer da religião, fazendo com que as pessoas suponham que os ditames morais sejam exarados pela divindade, levando seu descumprimento à desdita eterna. Nada disso. Não há prescrição divina nenhuma em relação à moral, simplesmente porque não existe deus nenhum. Os líderes religiosos é que colocam na boca do pretenso deus que propõem que exista, as normas morais, como as tábuas da lei de Moisés. A ética, por sua vez, não se reporta a divindade nenhuma. Ela analisa os critérios que permitam classificar as ações dos seres éticos (que é o caso dos humanos ou de quaisquer outros que possuem inteligência, consciência, sensibilidade, vontade e liberdade) e mostra o que deveria ser permitido, proibido ou prescrito pela moral para atender à disseminação do bem e à erradicação do mal.

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