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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
Até que ponto a liberdade e a igualdade podem coexistir? Afinal, não é possível favorecer o igualitarismo sem reduzir algumas liberdades individuais, nem garantir plenamente as liberdades sem que haja certo grau de desigualdade. Como resolver essas aparentes contradições, professor?
Não há contradição nenhuma se se considerar tanto a igualdade quanto a liberdade sob o prisma da fraternidade e não da lucratividade. Ou seja, tudo tem que ser feito para o bem de todos, tanto dos trabalhadores-sócios quanto dos consumidores dos produtos e serviços quer das empresas, quer dos governos, enquanto houver. A igualdade que tem que existir é a igualdade de direitos, de deveres, de oportunidades, de responsabilidades e de obrigações. Não vistas de forma especificamente igual para todos, mas de modo que se tenha o mesmo nível para todos. Então, dentro da responsabilidade de cada um, tem-se a total liberdade de ação, desde que se dê conta do que seja esperado. Não é preciso se contabilizar tempo de trabalho, nem em dias, nem em horas. Todo o serviço pode ser feito em qualquer dia e qualquer hora, pois toda instituição tem que ficar permanentemente aberta. Essa questão da redução da liberdade é extremamente simples. Tem-se sempre toda a liberdade, exceto a de fazer o mal, isto é, de se prejudicar alguém e nisso se inclui tirar a liberdade do outro. A desigualdade que houver, se deverá à própria condição individual de cada um, pois todos tendo os mesmos direitos e oportunidades, por serem naturalmente diferentes, tirarão diferentes proveitos dessa igualdade concedida. Aí entra a meritocracia, muito condenada por alguns esquerdistas, mas que não pode deixar de ser atendida em prol do bem da coletividade. Ou seja, não se pode conceder a quem não tenha competência a responsabilidade para exercer um serviço que a requeira. Mas isso é feito de modo espontâneo pela própria coletividade dos envolvidos em algum empreendimento.
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