domingo, 18 de março de 2018

Por que o ônus da prova está em quem afirma e não em quem nega?

Só se requer prova para algo sobre o que não há evidência, que é o critério básico de veritação de alguma assertiva. Não havendo evidência, busca-se comprovar a verdade do que se diz por meio de demonstrações indiretas que, em última análise, se fundamentam em evidências. Então, não havendo evidência que suporte uma afirmação, o que se tem que considerar é que ela seja falsa, a não ser que alguma comprovação indireta mostre que seja verdadeira, mesmo não sendo evidente. Mas não é preciso provar que seja falsa, uma vez que a falta de evidência já estabelece isso, a princípio. Outro aspecto a considerar é que tal tipo de consideração se aplica às afirmações e não às negações. Consideremos a existência de átomos. Eles não são evidentes. Então eu não preciso provar que átomos não existem. Mas eu preciso provar que átomos existem, por meio de comprovações indiretas. Tanto que, até que Einstein, em 1905, mostrou cabalmente que eles existiam, muitos cientistas, inclusive, achavam que não, apesar da teoria atômica da matéria ter sido proposta em 1803, por Dalton. No caso de Deus, também não há evidência de sua existência. Então não é preciso provar que não exista. Essa é a suposição básica, a não ser que se prove que exista. Como ainda não se logrou provar isso, continua válida a consideração de que não exista. Quem considera que existe, o faz por meio de uma fé, que é uma crença sem fundamento, sequer em indícios. Crenças podem ser aceitas em casos em que não haja evidências e nem provas. Mas é preciso haver indícios. Outro problema com a fé, que a torna uma atitude completamente improcedente, em relação à existência de Deus, é que existem "fés" completamente disparatadas com respeito à natureza e às características do pretenso Deus. Se a fé fosse garantia de verdade, só poderia haver uma, já que a verdade é única.

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