terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Wolf, se a entropia só aumenta, o que fez com que houvesse condições para vida no nosso planeta? Um professor de química meu da graduação disse que isso é um paradoxo da ciência.

A entropia não só aumenta. Em um sistema isolado ela não diminui. Mas pode ficar constante, o que acontece nos processos reversíveis. E em um sistema não isolado ela pode diminuir sim, desde que o total em um sistema isolado maior que o abarque não diminua. Há certas interações que proveem a redução localizada da entropia em sistemas abertos. Isso acontece nas interações cumulativas, como a gravitação e a de Van der Waals. A gravidade, por exemplo, promove a redução de entropia de um sistema que, por acaso, surja a partir de uma flutuação aleatória de densidade em um gás. A gravitação mútua de suas partículas promoverá uma acumulação cada vez maior, com a consequente diminuição da densidade circundante. Isso é o que faz surgir estrelas, planetas e galáxias, que têm menos entropia do que o gás de que vieram. Mas, com isso, a entropia da vizinhança aumenta mais do que a do planeta, estrela ou galáxia diminui. No caso do surgimento da vida há um fenômeno análogo, mas relacionado à interação de Van der Waals, quando moléculas simples se unem para formar aminoácidos, estes proteínas, para formar nucleotídeos e estes ácidos nucleicos, como também os lipídeos e esses os glóbulos que originaram os coacervados, donde vieram as células procariotas.

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