quarta-feira, 10 de julho de 2013

"As fórmulas dos compostos químicos não são frutos do acaso." (UFRRJ-2005) Tudo não reduz-se, pois, ao nível mais básico, o Big-Bang o qual surgiu de nada, i.e., do acaso?‎

Fórmulas não são entidades naturais. São modelos abstratos, descritivos da realidade. Elas não são frutos do acaso porque têm que estar de acordo com as ligações que os átomos ou íons estabelecem uns com os outros que, por sua vez, dependem da estrutura de camadas eletrônicas que possuem. Essa estrutura advém na natureza das interações envolvidas, especialmente a eletromagnética, bem como na natureza das partículas envolvidas. Essas partículas foram formadas no surgimento do Universo. O conteúdo substancial de que elas são feitas é o campo primordial indiferenciado que surgiu sem que fosse proveniente de nada que o precedesse. Não se pode dizer que proveio do acaso, pois acaso não é nada entitativo, mas sim uma característica das ocorrências, que podem ser causadas por outras ou não, isto é, serem ao acaso. Esse surgimento foi um evento casual e não causal, ou seja, além de não se ter tido algo de que provir, a ação do surgimento também não teve nada que a causasse. O Big Bang não é o surgimento do Universo e sim o início de sua expansão. Supõe-se que tal expansão começou tão logo ele tenha surgido, mas ainda não há teoria nenhuma a respeito e nem observações que possam elucidar esse fato. O que não significa que se deva atribuir o surgimento à interveniência de alguma entidade extrínseca ao Universo, ou seja, que ele tenha sido "criado".

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