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quarta-feira, 10 de julho de 2013
Se o conhecimento liberta, então a maioria da população é escrava de uma vida cheia de ilusões? Não vivem em plenitude? Quanto se deve saber para ser liberto? Eu não encontro muitos Ernestos por aí....
Pois é. A grande falha do sistema educacional, que não leva um conhecimento libertador, é a ausência da filosofia no currículo, desde as séries finais do ensino fundamental. Mas não como está sendo feito. Não é importante saber o que disseram os filósofos ou quais escolas existem, mesmo que isso seja interessante. O importante é fazer as pessoas filosofarem. Isto é, se debruçarem sobre o mundo e a vida, refletirem sobre tudo o que acontece e procederem a escolhas para sua vida. Nesse sentido também é importante conhecerem as propostas de todas as religiões e debaterem em que são boas e em que são ruins, de modo isento. Tudo tem que ser objeto de exame e contestação, se for o caso, por mais caro que seja. Sem hipocrisia e sem medo de contrariar os costumes estabelecidos. É assim que se muda o mundo. Essa escravidão e essa falta de plenitude decorrem, exatamente, da falta de conhecimento filosófico e, também, de científico. Mas não é ficar resolvendo equações de equilíbrio químico, associação de resistores ou a nomenclatura das espécies vegetais, o nome das capitais dos países ou dos imperadores romanos. Isso tudo é interessante, mas o importante é saber como o mundo funciona. É entender que a mente é o produto do funcionamento do cérebro. É entender as leis físicas fundamentais que descrevem como a natureza age. É saber que, no fundo, tudo é química, até o amor e a política. Enquanto os exames de admissão aos cursos superiores ainda se basearem em provas de conhecimentos meramente operacionais e não nos fundamentais, isso não mudará. Espero que o ENEM venha a substituir todos os vestibulares e que se aprimore para medir esse tipo de conhecimento realmente importante para a vida.
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