quarta-feira, 10 de julho de 2013

Eu 'sempre' me considerei um niilista, por aceitar que sem Deus, não há ética, ou seja, certo e errados absolutos. A ética existe como criação da mente racional para se conviver bem com os semelhantes, mas eu tenho a liberdade de não querer isso, embora eu queira. Estou (ser niilista) errado?‎

Um niiista considera que não existe nenhum critério ético para pautar as ações humanas, isto é, cada um pode fazer o que quiser. Ao contrário, uma pessoa ética considera que há critérios a pautar as ações humanas e, portanto, é valido haver uma moral para dizer o que seja permitido e o que seja proibido e, daí, a sociedade pode impor sanções a quem se desviar da conduta aceitável. Mas também considera que, se a moral não for ética, ela pode ser contrariada na forma de uma desobediência consciente, justamente para que tal prescrição moral seja revista. Ou na forma de algum movimento para criar uma proibição moral para ações anti-éticas que não sejam consideradas imorais. Certamente que isso não tem nada a ver com a consideração da existência ou não de alguma divindade. A moral das religiões é uma apropriação da moral social por parte delas, para que, em razão do prêmio ou da punição na suposta "vida após a morte", suas prescrições adquiram mais força coercitiva, já que, sem punição, as normas morais seriam apenas persuasivas e nem todos acabam sendo persuadidos apenas por tomada de consciência. Mas um ateu consciente pode se persuadir da validade das normas morais que sejam éticas e atendê-las para o bem da coletividade. De qualquer modo é sumamente bom que a sociedade administre punições, em vida, aos que transijam as regras de convivência social, o que, normalmente, é feito pelas leis penais. Absolutamente não é verdade que o ateísmo implique no niilismo. E mesmo um niilista pode não ser ateu, se ele não acreditar em vida após a morte de sua suposta alma e, mesmo, que conceba Deus numa perspectiva deísta ou panteísta, ao invés de teísta. Isto é, que Deus seja imanente ou um criador transcendente, mas não provedor.

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