sábado, 30 de novembro de 2013

Talvez eu tenha chegado erroneamente a essa conclusão, mas, de maneira gradual, tu percebes a Física como um tipo de conhecimento superior aos demais, vindo acompanhada pelas ciências biológicas e por Filosofia. Em geral, tais são as suas indicações? Falta gente com interesse orientado p tais áreas?

De fato, a Física é a ciência fundamental da natureza, isto é, a que concerne a seus aspectos mais básicos e profundos. Portanto tem a primazia, pois todas as demais, em última instância, se reduzem a ela. A Química é a Física dos elétrons da camada de valência dos átomos, a Biologia é uma Química hipersofisticada. Mas eu dou mais importância à Biologia do que à Química, pois esta é mais aplicada, quase uma engenharia. Não que engenharia não seja algo valioso, mas como ciência, o que tem de científico na Química, geralmente, é físico. A Biologia, como emerge da Química e da Física, mas trata de uma classe de fenômenos extremamente importantes, que são os da vida, requer uma valorização maior, inclusive porque a complexidade de seus fenômenos é, de longe, muito maior do que os químicos. O resto das ciências, como cosmologia, astronomia, geologia, psicologia, sociologia, economia, história, política, todas elas, provêm dessas três. Quanto à Filosofia e a Matemática, não são propriamente ciências, mesmo que exibam alguns aspectos científicos. A Matemática é uma forma de linguagem e a Filosofia é uma meta-ciência. Mas essas duas são imprescindíveis para a construção do conhecimento. Sinto que falta à comunidade filosófica um bom entendimento científico, o que ocasiona grandes equívocos. Da mesma forma falta aos cientistas conhecimento filosófico. Nesse sentido estou escrevendo um livro "Física para Filósofos" ( http://pt.scribd.com/doc/80588829/FISICA-PARA-FILOSOFOS ). Sou contra a excessiva especialização. Vejo que é necessário um certo polimatismo, sem o qual se tem uma visão antolhada da realidade, muito prejudicial. Certamente que um doutor tem que ser especialista em sua área, mas sem perder a visão de conjunto, inclusive porque a ciência é um construto humano. Grandes cientistas também foram grandes humanistas, como Einstein e os nossos Leite Lopes, Schenberg, Wataghin e outros. Acho importantíssimo que cientistas de tal calibre não tenham a visão tecnicista que muitos atuais cientistas possuem. Porque a ciência é uma das principais alavancas de transformação do mundo e essas alavancas têm que ser acionadas e controladas por gente que tenha visão humanística do uso que se faz da ciência.

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