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quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Professor, como funcionariam relações afetivas em um mundo utopicamente anarquista conforme suas descrições? Haveria possessividade? Disse que as atuais pessoas não são as pessoas a povoar um mundo anarquista.. então como seriam essas ditas pessoas de um quase utópico futuro? Obrigado por esclarecer
A possessividade não se coaduna com a concepção anarco-libertária, especialmente a comunitarista. Nessa concepção, as relações amorosas são totalmente livres, sem restrição de nenhuma espécie. Isso, absolutamente, não significa inexistência de paixão, de desejo, de romantismo nem de qualquer característica do amor, do sexo, do romance, da relação, exceto a possessividade, a exclusividade e a perenidade (mas o amor pode ser exclusivo e perene, só não é exigido que seja - mas não pode ser possessivo). Portanto, em um mundo anárquico, o amor, o sexo, o romance e o relacionamento se darão, inclusive, de modo muito mais satisfatório e gratificante, propiciando muito mais alegria e felicidade. O que vai caracterizar a personalidade e a cosmovisão das pessoas para que possam construir tal mundo é o desprendimento, a generosidade, o compartilhamento, a bondade, a dedicação, o compromisso, a responsabilidade, a falta de cobiça, de preguiça, de ganância, do desejo de poder, de posse. Isso é que a educação precisa, desde já, incutir na mente das crianças e dos jovens. A colaboração ao invés da competição, o altruísmo em vez do egoísmo.
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