quarta-feira, 12 de novembro de 2014

É possível que nosso Universo seja a totalidade do ser? É uma hipótese tão bela, por excluir seres extrínsecos ao Universo ou por facilitar quando se considera sua vinda à existência... O que for concebido como uma teoria quântica da gravitação seria o meio conveniente de se descobri-lo, não?‎

Cada sistema (subconjunto do Universo), bem caracterizado por suas propriedades que o delimitem, isto é, que se possa dizer, inequivocamente, o que pertence ou não pertence a ele, é um ser. O Universo todo também é um ser. Mas cada ser individual não tem uma ligação com o ser total, exceto a de pertinência. Claro que se o Universo é o conjunto de tudo que existe, não há ser extrínseco ao Universo e o seu surgimento foi o surgimento da substância de que são compostos todos os seres que se formaram como partes do Universo, bem como o espaço a contê-los e o tempo em que evolvem. Isso é algo em permanente transformação. Um ser não tem permanência. Ele só é o que é enquanto "está sendo". E logo deixa de ser o que é. Cada um de nós, humanos, só somos nós no intervalo entre nossa formação e nossa morte. Essas são constatações obvias, advindas das definições e dos fenômenos observados. Mas não vejo como isso se relacione com o evento do surgimento do Universo. Essa passagem do não ser algum (nada) para o ser total (Universo), não é ontológica. É fenomenológica. E não é conhecida sua explicação, ou seja, não há razão epistemológica para que isso tenha ocorrido. Nem lógica. Mesmo que se promova uma fusão da Relatividade Geral com a Teoria Quântica de Campos, só isso não explicaria o surgimento do Universo. Isso ainda está em aberto. O que não significa que se deva apelar para alguma interveniência extrínseca a ele. Inclusive porque não há nada extrínseco a ele.

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