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segunda-feira, 11 de maio de 2015
"Não cobiçarás a mulher do próximo". Pra mim, uma grande besteira. Eu não sou responsável pelo o que eu sinto, sou responsável por minhas atitudes. Pode ser anti-ético desejar a mulher de um amigo, mesmo que seja involuntário. Mas não tenho culpa. Não poderia ir pro "inferno" por causa disso.
A atração sexual e o amor não são voluntariamente controlados. Sente-se desejo e se ama a quem se deseja ou ama, não porque se queira. O fato de que a sociedade não considere que se possa realizar, de fato, todos os amores que se apresentem, desde que os envolvidos o desejem, é causa de grande sofrimento para muita gente. Considerar que os relacionamentos amorosos e gâmicos tenham que ser exclusivistas não é algo bom. O bom seria que todo relacionamento amoroso pudesse se concretizar, mesmo com pluralidade. E que ninguém exigisse de seu parceiro amoroso qualquer compromisso de exclusividade, nem de perenidade. Não só em namoros, que poderiam ser múltiplos, como também em relacionamentos matrimoniais, que poderiam ser poligínicos, poliândricos ou ambos. Não como uma prescrição, mas como uma possibilidade. No "Estatuto da Família", atualmente em discussão, levanta-se a questão de famílias homoafetivas, mas não a de famílias pluriafetivas. Isso também tem que ser considerado como uma possibilidade legítima que não se configura em nenhuma depravação ou libertinagem, uma vez que seja motivo de felicidade para todos os envolvidos. Quanto a ser pecado ou não, isso é coisa que não existe, uma vez que pecado seria contrariar a vontade de Deus. Já que Deus não existe, não há como contrariar a sua vontade. O que existe é maldade. Poligamia e poliamor, contudo, não se tratam de maldade nenhuma.
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