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segunda-feira, 11 de maio de 2015
Sr. Ernesto, O homem e a mulheres, por mais que da mesma espécie, apresentam diferenças marcantes que inviabilizam um relacionamento. Na sua opinião, o que a mulher deveria fazer para contribuir positivamente com o êxito da convivência?
As diferenças entre homens e mulheres absolutamente não inviabilizam relacionamentos. Aliás, são elas que fomentam os relacionamentos amorosos, enquanto as semelhanças, que são muito maiores, fomentam os relacionamentos de amizade. O bom é que nossos amores sejam, também, nossas melhores amizades. Há casos, contudo, em que mulheres e homens possuem convicções ou comportamentos antagônicos em alguns aspectos que podem, de fato, atrapalhar a relação. Nesses casos o que se tem é que filosofar. Isto é, refletir sobre a razão do antagonismo e ver se isso pode ser superado ou não. Há casos em que, de fato, cada um não cede e a relação fica inviável. Todavia isso de "não dar o braço a torcer" é uma rematada burrice, na maioria dos casos. Por isso é que se tem que filosofar. Refletir sobre o que seja mais valioso. E, em se concluindo que o relacionamento é que o seja, tolerar a discrepância em favor da manutenção da relação. Sem mágoas, sem ressentimentos e, principalmente, sem cobranças. Toda relação tem que ser completamente franca. Tudo tem que ser externado e dito. E não se pode ficar melindrada com a franqueza de seu par amoroso. Pelo contrário, é preciso ficar grata por ela. O que cada um tem que fazer, tanto o homem quanto a mulher (ou os dois homens ou as duas mulheres) é, justamente, se abrir um para o outro, dar um voto de confiança, buscar pontos de contato em que ambos (ou os três ou os quatro, se forem relacionamentos plurais) possuam projetos de vida coincidentes e investir neles. Também é preciso que cada um conceda ao outro (ou outros) espaço para suas realizações próprias, que não coincidam com as nossas. Todo mundo precisa de um tempo de isolamento. "Juntidade", isto é, a concepção de que tudo tem que ser feito junto, é péssimo. Outro ponto é que todo relacionamento amoroso tem que ser completamente aberto e livre. Ou seja, nada de ciúme, nada de fiscalização, nada de controle. Cada um tem que curtir o outro porque gosta e não tem que exigir nada em troca. Nada mesmo. Tem que admitir, inclusive, que o outro possa amar a mais outra pessoa, alem dela. Como tem que considerar que não é obrigada a ser exclusivamente de seu amado ou sua amada. Isso é que é o verdadeiro e pleno amor. Completamente altruísta. Mas intenso, profundo, sôfrego, amplo, generoso, comprometido, com cumplicidade, pleno de desejo, repleto de doação, radiante de alegria, exuberante de felicidade. Quanto digo comprometido, não estou me referindo a nenhum compromisso de perenidade e nem de exclusividade e sim do compromisso de zelo, de cuidado, de carinho, de atenção, de amparo, de apoio. Isso é que é amar. Amar é querer o seu amor livre e feliz, mesmo que essa felicidade não seja conosco.
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