Postagens do pensamento, textos, poemas, fotos, musicas, atividades, comentarios e o que mais for de interesse filosófico, científico, cultural, artístico ou pessoal de Ernesto von Rückert.
Clique no título da postagem para ver os comentários a seu fim e inserir um.
Clique no título do Blog para voltar a seu início.
Para buscar um assunto, digite a palavra chave na caixa do alto, à esquerda, e clique na lente.
Veja lá como me encontrar em outros lugares da internet.
Visite meu canal no you-tube.
Pergunte-me o que quiser no ask.
As perguntas e respostas do ask e as que dera no formspring antes são publicadas aquí também.
terça-feira, 31 de maio de 2016
Professor, podes me explicar como o ceticismo e construção do saber científico se adequa à teoria marxista da funcionamento da historia? 06/10/2015
Não concordo com a teoria marxista da História. Não vejo que seja a Economia o único motor da História. Claro que também é, e é importante. Mas não só. Há outros de grande força também. Como as crenças religiosas, o sexo, a vaidade, o poder pelo poder (e não pela riqueza). Guerras e conquistas foram feitas em nome dessas razões todas. Muitas usavam essas razões como pretexto para um fundo econômico. Mas nem todas. Havia, também, as disputas de origem exclusivamente religiosa, por ciúme, por empáfia, por vingança e outros motivos. Nem concordo com a concepção puramente dialética da evolução social. Acontece que a maior parte de tudo não é dialeticamente dicotômica. Ou seja, não é constituída de tese e antítese. Não só ha gradações entre esses extremos (lógica difusa), como há distribuição ao longo de mais de uma dimensão, formando espaços contínuos polidimensionais de possibilidades. A concepção de Marx é muito simplista. Veja-se o caso de comunismo, socialismo, capitalismo, liberalismo, libertarismo, conservadorismo, progressismo, igualitarismo, desigualitarismo, totalitarismo, democracismo, acracismo e todas essas possibilidades que formam um espaço multidimensional de possibilidades que possuem gradações contínuas e das quais não há como se tirar uma única síntese. Para mim, a construção do saber científico paira por cima de todas essas possibilidades sócio-político-econômicas. A mesma ciência é construída em qualquer dessas circunstâncias. O que pode acontecer é que alguma realidade político-social oponha empecilhos ao desenvolvimento científico, como se deu na cristandade medieval. Mas, então, o que acontece é que não acontece nada, cientificamente falando. Quanto ao ceticismo, é uma concepção metodológica de construção do saber que, para mim, funciona, também, em qualquer cenário político-econômico-social, pois é, mais, uma característica individualista. Na União Soviética houve situações ridículas de cientistas serem impedidos de fazerem pesquisas cujas conclusões se afastavam da doutrina marxista, interpretada por Lênin e Stálin. O mesmo tendo acontecido nas artes. O que isso significou foi que, simplesmente, a ciência e a arte estacaram naquele ponto e nada se fez. O capitalismo também opõe obstáculos à arte e à ciência quando elas contrariam suas concepções, o que as estagna. Mas a ciência e a arte não se adequam a diretrizes exteriores a seu próprio mote. O que é produzido quando se é obrigado a seguir algo do tipo é uma caricatura de arte e de ciência.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário