sábado, 16 de outubro de 2010

E o que acha da legalização da prostituição?

Considero que prostituição, quer masculina, quer feminina, seja uma coisa que não deveria existir numa sociedade em que o sexo fosse algo completamente livre, sem restrição nenhuma, podendo ser praticado pela juventude com aquiescência dos pais e por casais com outros parceiros, com aquiescência recíproca. Tudo isto de uma forma segura, com envolvimento afetivo e com respeito mútuo, mas sem nenhuma conotação econômica. Inclusive no matrimônio. Isto é, nenhum casamento poderia ser realizado como meio de vida para um dos cônjuges. Trata-se de uma espécie de prostituição velada. Todo adulto capaz tem que prover-se a si próprio, sem depender de nenhuma união conjugal para tal. Considero, também, que possa ser inteiramente aceitável as uniões plurívocas, isto é, a poliginia e a poliandria, com todas as implicações legais decorrentes. O mesmo penso das uniões entre parceiros do mesmo sexo. Quanto aos filhos, naturais ou adotados, sempre se identificará o adulto que será considerado seu pai ou mãe, numa concepção alargada de família, não necessariamente mononuclear. Isto já acontece, mais ou menos, com os casais que se separam e constituem novas uniões, em relação aos filhos dos diversos casamentos. Só que tal situação passaria a existir não apenas sequencialmente, mas também concomitantemente. Não se trata de libertinagem nem de devassidão, mas de um fato inteiramente normal, dentro de um compromisso de fidelidade não exclusivista, com envolvimento amoroso plural e sem nenhum ciúme.
Isto posto, afirmo que a prostituição poderia, sim, ser uma atividade legal, com todas as implicações que disto decorrem pela legislação trabalhista, tanto para homens quanto para mulheres, até que a liberalização total da sociedade faça com que tal prática se extingua naturalmente. Acontece que, com a hipócrita repressão social do sexo atualmente existente, que admite casos extraconjugais, desde que não abertamente admitidos em público, bem como pela dificuldade de encontrar parceiros ou parceiras para o sexo, face as implicações extrassexuais geralmente envolvidas nos relacionamentos consentidos, muitas pessoas se vêm privadas do sexo, até mesmo por sua falta pessoal de atrativos capazes de provocar o desejo no sexo oposto. Neste caso, apenas a prostituição, masculina ou feminina, lhes propiciará a possibilidade de fazer sexo. Tal fato, além de outros, faz com que, mesmo que não seja legalizada, a prostituição continuará a existir por um bom tempo. Só que, sem a legalização, os prostitutos e as prostitutas ficam a descoberto de toda proteção legal, além de serem alvo de chantagem por parte do aparelhamento policial, por exemplo.
A legalização da prostituição, inclusive, facilitará a extinção da cafetinagem e do tráfico de escravos e escravas para fins sexuais. Em minha opinião, seria uma grande vantagem social.
As manifestações religiosas contra isto não devem ser levadas em consideração, pois o Brasil é um país laico e, em grande parte das vezes, as religiões se colocam exatamente contra medidas que beneficiam a sociedade, em nome de princípios obsoletos e insustentáveis na conjuntura social e científica atual.

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Um comentário:

Rafa Carvt disse...

são grandes ideais, assim como os contrários... A sociedade e sua imagem é bastante obsoleta quando pensamos no que pensamos e no que achamos que os outros pensam rs. Mas é bom parar por ai e ver alguem com princípios tão (aparentemente)coerentes, rsrs. parabéns pelo blog e pelas palavras.

too seguindo vlw? <3

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