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sexta-feira, 11 de maio de 2012
Supondo que a existência da alma seja comprovada por nossa ciência, isso não afetaria diretamente o livre arbítrio? Não seria o poder ideológico, utilizado na antiguidade, dentro de cada um? Essa "imposição objetiva" da destinação do ser que não seria mais subjetiva, não seria desastrosa? Ou seja, tirar essa questão de seu ambiente interpretativo, e coloca-la como uma regra provada da natureza, não seria danoso?
Se a ciência comprovasse que existe uma alma no ser humano, isto é, uma entidade incorpórea e não física (não é matéria, não é campo, não é radiação, não tem massa, não tem tamanho, não tem localização), mas que interagiria com o organismo a que fosse ligada, em nada isso mudaria tudo o que está estabelecido sobre o psiquismo, como a existência do livre arbítrio, pois isso é um fato empírico e não uma conclusão racional. Acho que, pelo contrário, poder comprovar ou negar qualquer coisa, tirando-a do âmbito especulativo, sempre é vantajoso e a tendência é, cada vez mais, um número maior de conceitos deixar de ser objeto de especulação e passar a ter a sua existência comprovada ou não por critérios objetivos e palpáveis. Que isso tire o caráter interpretativo, para mim, é ótimo. Não é nada danoso, pelo contrário. O mesmo eu penso sobre a existência de Deus, que não é provada nem contrariada. O melhor seria se se achasse uma prova cabal de que existe ou não existe e, então, acabar-se-iam as discussões.
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