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terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Devemos respeitar a cultura (as crenças e as práticas religiosas) de todos os povos? Respeitar a cultura de um povo implica não criticar nenhuma das suas crenças e práticas?
Sim e não. Em tudo que for uma característica cultural benéfica ou, melo menos, não maléfica, deve-se respeitar todas as culturas. Mas no que for maléfico é preciso contestá-las. A ética é superior a qualquer consideração local, temporal ou social. Especialmente quando uma cultura seja intransigente e não permita dissidências internas, ela tem que ser combatida nesse aspecto. E muitos outros costumes perversos não podem ser aceitos, como a lapidação de adúlteras, a ablação do clitóris, a matança de bebês do sexo feminino ou aleijados e coisas assim. Não há cultura que justifique tais barbaridades. Isso tem que ser mudado e é preciso uma pressão internacional para que as sociedades que as praticam não mais o façam. Fora isso, os costumes diferentes representam uma variedade saudável. Mas eu acho que há valores globais que precisam ser incutidos em todos os povos, sem que eles deixem de cultivar seus costumes. Como é o caso da liberdade, da igualdade, da fraternidade. Isso é próprio da humanidade e vale para ela toda. A exclusão de mulheres de muitas atividades em várias culturas é um ponto a ser abolido por elas, em prol do bem da humanidade, pois metade dela é feminina e não se justifica, por tradição nenhuma, que o gênero feminino seja inferiorizado em lugar nenhum. Não se trata de valores ocidentais a serem impingidos a culturas que não os possuem. Essas culturas precisam adquiri-los e mudarem, como a ocidental mudou. A globalização, nesse aspecto, é benéfica.
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